WORLD PRESS PHOTO e a 7ª EDIÇÃO DO PRÉMIO DE FOTOJORNALISMO VISÃO/BES
Fui ver o World Press Photo e a 7ª Edição do Prémio de Fotojornalismo Visão/BES, na sexta-feira passada e voltou a acontecer-me o que sempre me acontece todos os anos.
Fico num misto de sentimentos e emoções contraditórias: fascínio, admiração, inadequação, usurpação, imoralidade, por vezes, náusea. Ainda não conseguir definir o que, de facto, penso deste acontecimento fotojornalístico.
Se por um lado, reconheço a relevância do esforço de cada um destes repórteres para dar a conhecer as atrocidades praticadas por esse mundo fora, por outro lado, não sei se será muito legítima a “usurpação” destas imagens, captadas com um determinado fim – o de informar, o de dar a conhecer, em meios de comunicação específicos (imprensa, televisão) -, para outros fins, nomeadamente, prémios e mostras de fotografia.
Custa-me pensar que aquelas são situações reais, que existem pessoas que passam diariamente por aquilo, e que, deste lado do mundo, existem outras pessoas a “lucrar” com isso.
Não quero com isto diminuir, de forma alguma, o mérito destes repórteres de imagem, que arriscam, por vezes, a vida para nos dar a conhecer estas realidades. Nem estou, aqui, a negar a qualidade técnica e informativa destas imagens. Mas não posso deixar de partilhar estas minhas angústias. Será correcto? Teremos esse direito? Se calhar estou a ser demasiado moralista… Mas serei a única com esta sensação de esquizofrenia emocional?!?!