TRAVANDO CONHECIMENTO COM CARL GUSTAV JUNG…

April 12, 2006 by No Comments

id.0A primeira coisa que me chamou à atenção, ao percorrer alguns sites na net, foi que, segundo me constou (digo, constou, porque ainda não li nada escrito pelo próprio), Carl Jung defendia que todos somos extro e introvertidos; uns mais “extro” e outros mais “intro”, mas todos temos um pouco de ambas as coisas.

Como devem imaginar, isto para uma pessoa que se acha irremediavelmente “intro”, veio a revelar-se a luz ao fundo do túnel!

Segundo Jung, é tudo uma questão de adaptação ao meio e de encontrar o equilibrio entre as duas situações. Ainda bem! Não quero correr o risco de perder o contacto com o mundo exterior – algo passível de acontecer aos exageradamente “intro” como eu (segundo o mesmo autor).

Outra coisa que me interessou bastante prende-se com o facto de o nosso inconsciente se expressar por símbolos, o que em termos práticos quer dizer que “nem tudo o que parece é”, ou seja, os conteúdos do nosso inconsciente carecem de interpretação. As imagens/símbolos nele presentes representam conceitos que não podemos definir com clareza ou compreender plenamente. Na prática reflectem a situação psíquica do indivíduo num determinado momento.
Relativamente a esta questão, posso fazer um paralelo com a pintura, na medida em que também ela poderá reflectir o “estado de alma” do artista. (Pintura simbólica/Simbolismo/Ícone?) A imagem (entendida como palavra) poderá ter um significado mais amplo, ao nível do inconsciente, que não é nunca definido de forma precisa, nem plenamente explicado.

Na L+arte do mês passado, li um artigo sobre Bruno Pacheco, um jovem artista português a residir em Londres, onde o mesmo defendia que « [os quadros] são para ser vistos, não para serem dissecados em longas prosas poéticas, descritivas, ou em racionalizações que, de certa forma, quase sempre, só servem para preencher as lacunas do próprio quadro. Para tentar transmitir o que não se foi capaz de exprimir usando a linguagem da pintura.» (L+arte, n.º 22, Março 2006, p.51)

Pergunto: Surgirá, a necessidade de racionalização e compreensão dos conteúdos de determinada obra, da existência de “lacunas”, ou dever-se-á a diferenças estruturais, em cada indivíduo, no modo de entendimento dos diferentes conteúdos simbólicos? Como referi anteriormente, a imagem, como linguagem, tem sempre um significado mais amplo do que a palavra e que, por isso, a “tradução” (transposição) do conteúdo de uma obra, de imagem para palavra ficará sempre limitada, e, por isso, sujeita aos vulgares “erros” ou “exageros” de interpretação.

Perceptível?

Até amanha.

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