ARQUÉTIPOS
Conteúdos contidos no INCONSCIENTE COLECTIVO. Trata-se de um tendência nata para experienciar as coisa de uma forma pré-determinada. Funcionam como princípio organizador das nossas acções.
Jung identifica alguns arquétipos.
Mãe
Capacidade nata para identificação de um tipo muito específico de relação de amor e protecção. Como se trata de um conceito abstracto, tendemos a projectá-lo em alguém específico. À falta dessa pessoa, recorremos à personificação do arquétipo (Eva, Virgem Maria, a Nação, etc.). Usualmente, as pessoas que se identificam demasiado com este conceito, são, na verdade, pessoas para quem a relação mãe-filho foi/é uma relação degradada e pouco satisfatória.
Mana
Ao contrário do defendido por Freud, sonhar com símbolos fálicos não significa obrigatoriamente a presença de uma frustação de carácter sexual. Símbolos fálicos poderão significar o poder espiritual, uma vontade de realização de um desejo (melhores colheitas, melhor pesca, a cura de alguém). Surge, por vezes, personificado na imagem de um herói; representa o Ego que combate a Sombra.
Sombra
Jung enquadra a sexualidade e os instintos dentro deste arquétipo. A Sombra tem origem no nosso passado pré-civilizacional, animal. Está ligado à necessidade de sobrevivência e de reprodução. Trata-se do lado negro do nosso Ego. A Sombra é amoral na medida em que as reacções daí provenientes acontecem numa lógica de sobrevivência. Não existe consciência do Bem ou do Mal. Todo o mal que somos capazes de fazer, encontra-se aqui. A Sombra torna-se assim no depósito das partes de nós às quais não podemos admitir existência.
Em termos iconográficos, a Sombra pode ser representada por uma cobra, dragão, monstro ou demónio. Usualmente, surgem como guardiões de lagos ou grutas, os quais simbolizam o nosso INCONSCIENTE COLECTIVO.
Persona
É a nossa imagem pública. Em latim significa máscara. Trata-se da máscara com que nos apresentamos ao mundo. Começa como arquétipo, mas progressivamente vai-se afastando do IC à medida em que vamos incorporando esse papel criado por nós, podendo chegar ao ponto de o confundirmos com o nosso verdadeiro Eu.
É a boa impressão que passamos para a sociedade, apesar de ser na sua essência uma impressão falsa. E é com essa impressão falsa que tentamos manipular as opiniões e os comportamentos de terceiros.
Syzygy – Anima e Animus
É a parte feminina e masculina da Persona. Jung, assim como Freud, Adler, entre outros, considerava que o ser humano era, por natureza, bissexual. Antes de nascermos, os nossos orgãos sexuais são indiferenciados. Só pela acção gradual das hormonas é que estes se desenvolvem em orgãos masculinos ou femininos. Da mesma forma, no início da nossa vida social, quando crianças, ainda não estamos verdadeiramente definidos como homens ou mulheres (em termos sociais). É a sociedade, com as suas normas, que nos vai moldando.
Segundo Freud, os papeis atribuídos, pela sociedade, a cada um dos géneros, leva a que cada um de nós só desenvolva metade do seu potencial. O Anima é o feminino presente no IC do homem. É usualmente representado como uma jovem rapariga, espontânea e intuitiva uma bruxa ou a Terra-Mãe e encontra-se associado a emocionalidade profunda e à força da vida. O Animus é o masculino presente no IC da mulher. Pode ser personificado pela imagem de velho sábio, um feiticeiro. Tem tendência para ser lógico, racional e argumentativo.
O anima e o animus permitem a comunicação com o IC e são os responsáveis por grande parte da nossa vida amorosa segundo o mito grego, nós procuramos a nossa outra metade que nos complementa.
Pai
É um guia e a figura da autoridade.
Família
Representa o conceito de relação de sangue; ligações profundas cuja origem ou razão de existência não nos é consciente.
Criança
Representa a ideia de futuro, transformação, renascer. É usualmente personificada na imagem de uma criança ou uma criatura pequena (ex: Menino Jesus).
Maiden (Virgem)
Representa a pureza, a inocência.
Animal
Representa as relações da Humanidade com o mundo animal (o cavalo do herói, etc.).
Trickster
Surge como um palhaço ou mágico e tem como objectivo atrapalhar o progresso do Herói e causar problemas.
Deus
Representa a nossa necessidade de compreender o universo, de dar significado a tudo o que acontece, de ver tudo com algum objectivo, propósito ou sentido.
Hermafrodite
A união dos opostos, ideia muito defendida por Jung.
Eu
O mais importante arquétipo de todos. É a união de todos os aspectos da personalidade e é representado por um círculo, uma cruz, ou mandala. Pode ser personificado em Cristo ou Buda.